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Agora é a hora!

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Energia limpa é mais um desafio a ser vencido. Esse contexto, no entanto, traz oportunidades inéditas. Quando a Petrobras foi fundada, em 1953, o Brasil era um país agrário. Durante os últimos sessenta anos, o panorama mudou. O Brasil tornou-se um país urbano, com um grande parque industrial. No entanto, o setor de petróleo e gás continuou sendo dominado pela estatal. A partir de 2007, a descoberta das reservas do pré-sal gerou uma onda de otimismo.

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, assinou portaria nesta terça-feira criando o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) para estímulo da geração de energia a partir de placas solares dentro das unidades consumidoras, que possa ser compartilhada com o sistema das distribuidoras de energia. O governo prevê um potencial de investimentos de R$ 100 bilhões nessas tecnologias e que 2,7 milhões de unidades consumidoras poderão aderir ao programa até 2030. — Brasil tem potencial solar bastante significativo. Nossa localização se encontra dentro do cinturão solar. A maior intensidade ocorre de setembro a novembro, no período de seca, quando temos geração hídrica menor. Há complementariedade bastante significativa — disse o secretário de energia elétrica do MME, Ildo Grudtner, destacando as vantagens ambientais do sistema. Nos próximos 90 dias, um grupo de trabalho criado pelo ministério vai buscar meios de financiamento dos equipamentos para consumidores residenciais, que custam cerca de R$ 27 mil atualmente. Segundo uma fonte do governo, já estão avançadas tratativas com Caixa e Banco do Brasil para se oferecer linhas de financiamento exclusivas para isso. Nas contas de Rodrigo Lopes Sauaia, diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o equipamento básico de placas e medidores custa atualmente a partir de R$ 15 mil e oferece retorno em período entre seis e 12 anos, a depender do valor da tarifa da região, da incidência de luz solar e dos impostos cobrados no Estado. — Estamos pleiteando financiamentos para energia solar de até 10 anos e taxas de entre 7% e 9% ao ano — disse Sauaia. Braga anunciou também que, dentro do ProGD serão instaladas em placas solares flutuantes nos reservatórios das usinas de Sobradinho, da Chesf, e de Balbina, da Eletronorte. Serão investimentos de R$ 100 milhões, com recursos das próprias empresas entre 2016 e 2019. Segundo José Carlos Miranda Farias, presidente da Chesf, além de gerar energia solar, as placas fotovoltaicas flutuadoras aplicadas sobre os reservatórios vão ajudar a reduzir também o índice de evaporação do reservatório de Sobradinho, que bateu na marca de 1% nas últimas semanas, mas já vem em recuperação com o período mais intenso de chuvas. Como forma de estimular a instalação das placas geradoras em unidades consumidoras, a Portaria do MME vai permitir que o excedente de energia gerado nas unidades consumidoras seja vendida no mercado livre de energia, que pode apresentar remuneração mais atrativa aos vendedores. Outro benefício já definido para a geração distribuída de energia solar foi a aprovação pelo Confaz de cobrança de ICMS sobre o saldo de energia que receber da distribuidora. Segundo a Absolar, pelo menos dez estados já formalizaram essa isenção. Braga disse ainda, que está buscando parcerias com o BNDES e o Banco do Brasil para promover a instalação de unidades de geração solar em universidades e institutos tecnológicos, acompanhados de laboratórios de pesquisa. — Nas universidades públicas federais, com o BNDES, podemos fazer amplas áreas cobertas em estacionamentos, proporcionando conforto e gerando energia elétrica e economia para nossas universidades federais. Na mesma cerimônia, o ministro e demais autoridades assinaram termo de cooperação em que a Absolar doou ao ministério um conjunto de 256 módulos para complementar o suprimento de energia do próprio prédio da sede do Ministério de Minas e Energia (MME). Segundo Grudtner, a instalação do sistema, de R$ 500 mil, não terá custo ao governo federal – porque será doado pela Absolar – e representará uma economia de R$ 70 mil ao ano nos gastos do ministério com eletricidade.

Agora é a hora!

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O Brasil passa por desafios sem precedentes. Ao mesmo tempo em que o país enfrenta a maior recessão da sua história, a Petrobras atravessa grandes dificuldades. Esse contexto, no entanto, traz oportunidades inéditas. Quando a Petrobras foi fundada, em 1953, o Brasil era um país agrário. Durante os últimos sessenta anos, o panorama mudou. O Brasil tornou-se um país urbano, com um grande parque industrial. No entanto, o setor de petróleo e gás continuou sendo dominado pela estatal. A partir de 2007, a descoberta das reservas do pré-sal gerou uma onda de otimismo.

Ao mesmo tempo, exacerbou os sentimentos nacionalistas. O Brasil viveu uma intensa discussão sobre as regras a serem aplicadas na exploração das novas reservas e sobre a distribuição dos recursos gerados. Os leilões de áreas para exploração foram interrompidos entre 2008 e 2013. Ao invés de manter o modelo de concessão que havia sido exitoso na atração de capital e no aumento da exploração, decidiu-se criar um novo tipo de contrato, tornando a Petrobras a operadora única na nova fronteira geológica. As regras de conteúdo local foram ampliadas. Como resultado, as oportunidades abertas pelo pré-sal deixaram de ser plenamente aproveitadas. A partir das eleições presidenciais de 2014, a situação política e econômica deteriorou-se fortemente. Investigações sobre corrupção aprofundaram os problemas da estatal e de seus principais fornecedores. O endividamento da companhia aumentou fortemente. A Petrobras foi forçada a reduzir investimentos e a baixar previsões de produção. A estatal não é a única empresa a enfrentar dificuldades. Companhias do setor de eletricidade e de outros segmentos, afetadas pela recessão, também estão colocando ativos à venda. Fragilizadas pelas acusações de corrupção, as empreiteiras brasileiras, que ao longo dos últimos anos haviam diversificado suas atividades, precisam desinvestir. Também no setor elétrico o país começa a viver uma mudança: a transição de um sistema de base hidrelétrica para um sistema efetivamente hidrotérmico, a alteração mais importante na área em oitenta anos. A regulação deve ser ajustada para permitir que essas transformações sejam conduzidas de forma eficaz. É preciso aproveitar o potencial de aumento da produção de petróleo. O primeiro passo é a revisão do modelo de partilha. A seguir, deve ser avaliado o retorno dos contratos de concessão para novas áreas do pré-sal. Também é importante adotar um calendário permanente de leilões de áreas de exploração que abranja todos os ambientes exploratórios. Medidas adicionais incluem a aceleração dos processos de unitização de descobertas, a adoção de uma política mais competitiva de conteúdo local e a melhoria dos processos de licenciamento. A venda de campos menos produtivos deve reanimar a produção em áreas pouco atraentes para a Petrobras, aumentando a geração de royalties e impostos. As oportunidades de execução de serviços de manutenção marítima no país devem ser melhor aproveitadas. O enfraquecimento de alguns dos fornecedores tradicionais da Petrobras abre espaço para novas empresas. Com a indústria buscando reduzir custos, os serviços devem ser conduzidos de forma mais integrada e eficiente. Dado Galdieri / Bloomberg Como a Petrobras vai reduzir a sua presença no setor de downstream, medidas devem ser tomadas para que não faltem derivados quando o consumo voltar a crescer. Os preços da gasolina e do diesel devem estar alinhados aos vigentes no mercado internacional. O sistema tributário, especialmente as regras de aplicação do ICMS, deve ser simplificado. Novos investimentos em logística devem ser viabilizados. Os desinvestimentos da Petrobras permitem vislumbrar uma reforma de grandes proporções no segmento de gás natural, demandando uma nova organização do setor. Terminais de importação de gás liquefeito e instalações para aproveitamento do gás produzidos nos campos marítimos devem ser construídos. A regulação deve estimular a criação de um mercado de gás competitivo e aberto, em que preços, condições de acesso à infraestrutura e tarifas sejam negociados livremente. A regulamentação do setor elétrico deve levar em conta as necessidades da indústria de gás natural. As usinas térmicas a gás devem gerar na base. O sistema de leilões de energia deve ser revisto. O setor de petróleo e gás natural tem potencial para atrair capital e alavancar o crescimento econômico do Brasil. O pré-sal representa a maior oportunidade reprimida com que conta o país. Para companhias que buscam investir no Brasil, é um momento único. As mudanças estão ocorrendo por necessidade, não por escolha. Independente de eventuais percalços e adiamentos a tendência de longo prazo está posta. É positiva para o setor privado. A saída da recessão e as mudanças já em discussão na regulação devem acelerar esse processo. O que ocorrer no curto prazo, do ponto de vista regulatório ou no que diz respeito à transferência da titularidade de ativos, será determinante para definir a configuração da indústria brasileira de petróleo e gás no futuro. Quanto mais para trás ficarem as atuais dificuldades político-econômicas, maior deve ser a apreciação dos ativos. Descartada, por razões políticas históricas, uma eventual privatização da Petrobras, dificilmente outro momento como o que se começa a viver agora vai se repetir. O setor de óleo e gás está prestes a atravessar a maior transformação desde a fundação da Petrobras e desde que o país passou a ter uma economia moderna. Investidores capazes de precificar corretamente oportunidades de investimento, ativos e empresas no Brasil têm diante de si a maior janela de oportunidade em décadas. Décio Fabricio Oddone da Costa é Diretor da Prumo Logística S.A. Foi Presidente da Petrobras Bolivia S.A., CEO da Petrobras Energía S.A. e Presidente da Câmara Argentina da Indústria do Petróleo. (Este artigo reflete as visões pessoais, contidas em um trabalho publicado esta semana pelo Atlantic Council.) Fonte: Valor Economico

Mercado vê sinais de possível queda nos preços do minério

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O minério de ferro está se acumulando nos portos ao longo da costa da China. Ao mesmo tempo, o preço pago localmente pela commodity, importada de países como Brasil e Austrália, está num dos níveis mais altos dos últimos meses. Essa desconexão tem levado muitos analistas e operadores a questionar se o valor do minério de ferro usado pelas siderúrgicas caminha para um declínio. Esta semana, o preço à vista do minério de ferro chegou a US$ 58,80 a tonelada, o mais alto desde o início de maio e que representa uma alta de 37% desde o início do ano.
Ontem, ele fechou a US$ 58. Ao longo desse período, os estoques nos portos chineses cresceram 13%, para 104,5 milhões de toneladas, maior volume desde dezembro de 2014, e seguem rumo ao recorde de dois anos atrás, de acordo com a firma provedora de informações de mercado Shanghai Steelhome Information Technology Co. Os estoques portuários de minério de ferro, uma das commodities mais negociadas no mundo ao lado do petróleo, são um indicador acompanhado de perto do tamanho do excesso da matéria-prima que está circulando no mercado. Sua comercialização, por muito tempo dominada por um pequeno número de grandes compradores e vendedores que fazem negócios a portas fechadas — e cujo mercado de derivativos continua incipiente —, não conta com a mesma riqueza de dados disponíveis no caso de commodities como cobre e ouro, ou mesmo o petróleo, outro produto que enfrenta um excesso de oferta. Os preços do petróleo nos Estados Unidos caíram esta semana para o nível mais baixo em dois meses depois que dados federais mostraram que os estoques de petróleo bruto e produtos refinados no país atingiram nível recorde. Isso pode indicar demanda fraca pelo minério de ferro no mercado físico. Assim como muitos outros do setor, Nev Power, diretor-presidente da quarta maior exportadora da commodity do mundo, a australiana Fortescue Metals Group Ltd., analisa as movimentações nos armazéns dos portos chineses para avaliar se há excesso ou escassez no mercado. Encontrar formas de entender qual trajetória os preços devem seguir pode ser crucial num momento em que as empresas enfrentam uma retração econômica prolongada e volátil. “Os estoques nos portos são muito visíveis”, diz Paul Gray, analista de minério de ferro da consultoria britânica Wood Mackenzie. “Eles são um dos poucos indicadores que as pessoas podem enxergar facilmente.” Quando os estoques nos portos chineses atingiram um recorde de alta em 2014, superando 113 milhões de toneladas, os preços do minério de ferro iniciaram uma forte queda que os manteve por um longo período abaixo de US$ 100 a tonelada pela primeira vez em anos. Ao longo de 2013, os preços tinham recuado 7%, enquanto os estoques cresceram 4%. Em 2012, ocorreu o contrário: os preços subiram e os estoques caíram. “É verdade que quando os estoques nos portos sobem, uma queda é verificada nos preços do minério de ferro”, diz Karun Mittal, gerente de marketing da indiana Welspun Steel Ltd., que produz tubos de aço. “Desta vez, porém”, diz ele, “observamos um comportamento diferente”. Em vez de se preocupar com os estoques crescentes, os operadores do mercado estão dando mais atenção aos seus calendários: até o fim deste mês, haverá restrições à produção de aço no centro siderúrgico em Tangshan, na província chinesa de Hebei, para deixar o ar mais puro para um memorial que será realizado na região para as vítimas do terremoto ocorrido em 1976. Isso ajudou a elevar o preço do aço chinês, sugerindo que as siderúrgicas do país hoje são mais rentáveis e, consequentemente, capazes de manter mais altofornos funcionando. Uma queda nos estoques de aço acabado e especulações sobre mais estímulo à economia na China também motivaram a alta recente. Certamente, não há sempre uma conexão clara entre preços e quanto minério está acumulado nos portos. A commodity atingiu em abril seu valor mais alto em 15 meses quando os especuladores, afastando-se do mercado acionário, despejaram bilhões de dólares no mercado chinês de futuros de minério de ferro, apostando na alta dos preços mesmo num momento em que os estoques nos portos do país estavam subindo fortemente. Muitos dizem que o indicador, tão acompanhado, não passa uma visão clara. “Não vejo o atual acúmulo de estoques como algo imediatamente ruim para o preço do minério de ferro”, diz Georgi Slavov, chefe de pesquisa sobre o setor na corretora britânica de commodities Marex Spectron. Segundo ele e outras pessoas, o aumento pode ser resultado de um gargalo em toda a cadeia de suprimento ou de operadores acumulando estoques por acreditar que os preços devem subir. Ainda assim, estoques abarrotados preocupam muita gente. A Macquarie, firma australiana de serviços financeiros, afirma não acreditar que os preços se manterão no patamar atual, o mais alto em vários meses, por muito tempo, já que o altos estoques nos portos emergiram num momento em que os preços do petróleo estão mais fracos e a produção de aço está praticamente estável, por vezes menor. A produção de aço da China caiu 1,4% no ano até maio em relação ao mesmo período de 2015. A estimativa do Commonwealth Bank of Australia é que os preços vão cair para entre US$ 40 e US$ 45 a tonelada no segundo semestre, algo que pode ser positivo para as siderúrgicas, mas ruim para as mineradoras. Até mesmo Slavov diz que, apesar de estar confiante em uma demanda robusta por minério de ferro, a alta da produção da commodity, seja por novas operações ou pela expansão das já existentes, pode provocar queda nos preços. “Não vamos esquecer que estamos em um mercado bem abastecido”, diz. Fonte?: WSJB

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